Direito e Malandragem
No dia a dia da nossa vida, diante da maldade do mundo e da violência da realidade, perante as más intenções nos relacionamentos humanos e os maus interesses em jogo, quando qualquer coisa é motivo para briga e confusão, causa de discórdia entre colegas do trabalho e divergência entre membros da mesma família, princípio de intriga e conflito nas ruas e nos supermercados, dentro da escola e do hospital, bebendo uma água e um cafezinho no botequim da esquina ou comprando pão e leite para seus filhos na padaria mais próxima, nessas horas de contradição externa e perturbação interior, é preciso então de um pouco de malandragem para bem vivermos a vida cotidiana, mantendo sempre o direito e o respeito em nossas relações com as pessoas, a ordem e a justiça em nossas atitudes no convívio da sociedade, a liberdade e a responsabilidade em nossos compromissos e tarefas diárias e noturnas, o otimismo e a alegria de quem sabe controlar-se e dominar-se a si mesmo, o equilíbrio da mente e das emoções e o bom-senso racional que existe em quem é dono de si próprio, consegue administrar bem o seu próprio ego, gerencia com qualidade de vida as suas ações em prol da coletividade ainda que necessite sustentar a sua boa auto-estima e elevar o seu astral em meio a um clima contraditório em torno de si cujo ambiente local valoriza a cultura da morte e a mentalidade da agressividade geradora de distúrbios mentais e emocionais entre grupos e indivíduos que se chocam e transtornos nas experiências de cada dia que revelam uma cabeça complicada carregada de ideais instáveis e idéias adversas no interior de sua própria racionalidade conflitante que possibilita assim consequentemente as balas perdidas que voam a nossa volta, o tiroteio entre bandidos e policiais, os palavrões que soltamos a beira do caminho, o jeito infeliz de sacanear os outros, a safadeza que muitas vezes nos domina e faz as nossas práticas sociais, o modo esperto de tornar viável o contrário da justiça que regulariza os seres e do direito que ordena as nossas atitudes sensatas e sinceras, da transparência ética que regulamenta o nosso comportamento de cada instante e da espiritualidade natural que procura organizar a nossa vida interior e disciplinar as nossas atitudes dentro da convivência que desempenhamos a cada dia e a todo momento da nossa existência temporal, real e atual.
Em outras palavras, é preciso ser bom mas não ser bobo.
Ser uma pessoa direita e de respeito, todavia não ser otário nem vacilar deixando os outros abusarem de você.
Ser justo e autêntico sim, porém não ser babaca ao ponto de permitir que o mal se instale em sua ambiente de vida e trabalho, principalmente no interior da família ou em seus contatos diários que você realiza a toda hora.
Fazer o bem e ser uma pessoa de paz entretanto não ignorar que a violência vive ao nosso redor e muitos estão dispostos a nos causar prejuízos de ordem pessoal, social e familiar, o que exige de nós constante vigilância capaz de proteger o que é nosso e defender os nossos bons interesses e ótimas experiências de cada dia.
De fato, é necessário um pouco de malandragem nesse momento.
Saber negociar com o mal em favor do bem e em benefício da vida.
Ser político, um político da vida, que tome as devidas iniciativas sociais e psicológicas que garantam a segurança de nossas propriedades, o bem-estar da nossa família, a saúde positiva de nossa interioridade e estruturas corporal, mental e espiritual, a felicidade da comunidade a que pertencemos e o bem-comum da sociedade dentro da qual nos inserimos cotidianamente participando engajadamente, com compromisso e responsabilidade, de suas atividades sociais e culturais que possam ajudar o mundo em que vivemos a ser mais livre e feliz, amigo e pacífico, justo e ordeiro, fraterno e solidário.
Deste modo, vivendo assim, saberemos bem gerenciar a nossa vida interior e seus efeitos na prática cotidiana.
Então, seremos vencedores.
Dando a vitória ao Deus do bem e Senhor da bondade.
Estaremos pois de bem com a vida e em paz com as nossas consciências.
Porque vence quem é bom e direito e ganha quem é esperto e malandro.
A Vida é assim.
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