quarta-feira, 29 de agosto de 2012
O Ser e o Vazio
O Ser e o Vazio
1
A Essência é o Nada
A Existência humana e sua realidade cotidiana nos apresentam os conteúdos do ser natural e universal, e os detalhes de sua essência globalizadora e as diferenças de sua substância totalizante.
À margem desses conteúdos pensantes, discernentes e cognoscentes está o vazio da vida indefinida e o nada dos ambientes indeterminados.
No vazio do ser, a irrealidade de um viver sem sentido e a irracionalidade de um existir sem razões suficientes para se constituir, se propagar, se consolidar e se estabilizar.
Ali, o nada é a presença, o vazio é a essência, o silêncio é a transparência, a ausência é a consciência, a falta é o todo, o abismo é o mais fundo da realidade e o mais profundo da eternidade.
Sim, entre as fronteiras do ser e suas manifestações simbólicas e imaginárias, eidéticas e eustáticas, intencionais e insofismáticas, vivenciais e experienciais, e os limites do nada que nada para o mergulho no oceano das coisas vazias e dos seres faltantes, das instâncias silenciosas e das aparências ausentes, se encontram as relações entre as pessoas, as suas conexões internas e externas, a sua interatividade com a realidade, o tempo e a história, o seu compartilhamento de tudo o que é bom e faz bem à vida humana, à natureza criada e ao universo gerado, a cooperação mútua entre grupos e indivíduos que comungam das mesmas idéias e conhecimentos e participam dos mesmos interesses em jogo, a colaboração recíproca entre comunidades distantes e sociedades locais, regionais e globais, o intercâmbio de atividades conscientes e de exercícios reais e racionais, temporais e históricos.
A Realidade da experiência cotidiana nos oferece essa possibilidade de vida e essa alternativa de trabalho: ser mediadores entre o ser e o vazio, intérpretes das concordâncias ou não entre a essência e o nada, visualizadores das discórdias ou não entre a substância vivente e o vácuo sem alma.
Somos pois na vida intercessores junto a Deus, realizando e construindo o ser, o pensar e o existir, e ignorando e destruindo os antagonismos da existência, as antinomias da humanidade, as contradições da vida, as adversidades da realidade e as contrariedades da consciência, da experiência e da existência, identificados com a cultura do mal, da morte e da violência e com uma mentalidade que despreza a saúde das pessoas e o bem-estar pessoal e social.
Nessas relações de vida, que fazem a conexão entre o ser e o vazio, se acha a energia vital, a dinâmica do mundo, o movimento da natureza e o processo de vida móvel do universo.
Somos relações vivas.
Vivemos em situações intercambiantes.
Existimos a partir de interatividades que se completam e em função de compartilhamentos que se enriquecem e aperfeiçoam na ajuda de uns aos outros.
Somos operações interdependentes.
Tal verdade real nos afasta de uma vida sem sentido.
Então, o vazio foge de nós e o ser se enche de conteúdo humano e natural.
Até as pedras se integram dentro dessa realidade interativa.
Tornam-se pedras vivas.
Ajudam na construção do edifício do bem e da paz, o principal conteúdo do ser.
Somos essas pedras vivas, produzindo no seio das sociedades humanas a fraternidade universal e a solidariedade entre os povos.
É como se Deus viesse habitar no meio de nós.
Ele, o Ser sem vazio.
2
O Silêncio da Madrugada
Acredito que esse tempo que se chama madrugada tenha um segredo de sucesso e um estado de felicidade, que, através do silêncio interno e externo, nos conduz ao sono tranquilo, ao ordenamento da mente e à organização de nossas idéias, disciplinando nosso corpo cansado, renovando nossa atividade celular, sanguínea e orgânica, reestruturando todas as funções de nossos órgãos, aparelhos e sistemas, o que reflete para nós como o silêncio é fértil, condutor de nós para caminhos de paz interior e de bondade nos relacionamentos e virtude em nossas atitudes cotidianas, salientando-nos que esse silenciar de nossa alma vem de um profundo instante de deserto, quando superando solidões, tristezas e angústias, e atravessando os vazios da realidade e os nadas da existência conseguimos estruturar a nossa vida e sistematizar nossas práticas de cada hora, minuto e segundo. De fato, por meio do deserto da madrugada, e suas virtudes de silêncio apaziguante e de vazio calmante e de nada tranquilizante, reativamos nossas energias e refazemos nossas forças, e nos animamos para o dia seguinte, continuando a construir virtudes e boas ações, consequência de uma noite de deserto, de uma obscuridade em silêncio, de umas trevas esvaziantes e de uma madrugada nadante, onde nadamos do nada, pelo nada e para o nada. Tal realidade nadante é a fonte da nossa inesgotável riqueza de vida, reprodutora do bem que fazemos e da paz que vivemos, dos trabalhos que desempenhamos todos os dias e das atividades que restauramos em cada circunstância vivida, a todo momento e a cada instante praticado. Deste modo, o silêncio faz de nossas madrugadas a base de nosso edifício de vida quando geramos uma estrada de otimismos e positividades para toda a sociedade. Sim, esvaziar-se nos faz fecundos, fundos e profundos. Somos seres nadantes. Porque a vida é o oceano do silêncio, princípio de todas as coisas e origem de todos os seres.
3
A Vida em Metamorfose
As transformações sociais e culturais, políticas e econômicas, da vida moderna também afetam a nossa interioridade, causando vazios na consciência quando esta busca sua autenticidade, sua verdade ontológica e transcendental, ou sua transparência ética e espiritual. Esses gargalos mentais manifestam os buracos da inteligência onde penetram as nossas ausências na família ou no trabalho, as nossas carências afetivas e sentimentais, as nossas dependências interpessoais e as nossas incongruências lógicas, críticas e dialéticas, o que nos faz muitas vezes ecléticos diante do cotidiano ou insofismáticos perante uma realidade que insiste em preencher os nossos nadas do corpo e da alma, da mente e do espírito, causando-nos quase sempre náuseas biológicas e insatisfação psicológica, visto ainda não nos acostumarmos com as ococidades de nosso pensamento envolto por fenômenos ideológicos, que conseguem refletir a nossa parcial ambiência doentia quando é claro esses reflexos internos de nossa alma assumem posturas patológicas contagiando a nós e os outros, prisioneiros de nossos esvaziamentos ou escravos de nossas cadeias do ser que nos envolve. Assim, nossa existência de cada dia e de toda noite começa a viver daqueles traumas do espírito e suas frustrações encontradas nas experiências de nossas atitudes pensadas e impensadas. Logo, nossas metamorfoses cotidianas igualmente contaminam nossa realidade espiritual, que então se torna vazia de conteúdos que realmente interessam ao nosso interior. Então, sofremos com essas carências internas. Nosso ser esvazia-se profundamente.
4
O Nada existe
Hoje de tarde, depois do almoço, seitei-me no sofá da sala de estar do meu apartamento para descansar um pouco e refletir sobre a vida e o trabalho, as pessoas e a sociedade, o movimento das ruas, a confusão dos supermercados e shoppings do bairro, a violência de bandidos e policiais em choque, as balas perdidas voando nas praças e avenidas da Cidade, o silêncio e a natureza dos campos, as boas relações entre as pessoas, minhas paqueras de sempre, minhas namoradas de plantão, o cotidiano carregado de problemas, conflitos e dificuldades, sonhos e realidade, desejos e necessidades, o tempo e a história, e o além na eternidade. Então fiz silêncio, Do meu lado, ouvi passarinhos cantando, os vizinhos brigando, o som das caixas dágua se movimentando, os gritos de crianças brincando e o bate-papo alegre e sábio de velhinhos e aposentados conversando como se estivessem de bem com a vida e em paz com as pessoas em seu entorno. Observei que no fundo do pensamento, na calma da alma e na tranquilidade do espírito, algo insistia em falar, mas que não era ouvido nem percebido, e apesar de ser ignorado tinha voz e queria vez nos ouvidos dos homens e nos olhares românticos das mulheres. Não sei o que era. Era alguma coisa que não conseguia identificar, contudo tinha vida, parecia desejar insistir em viver, existir e se manifestar a alguém. Gritava mas não escutava. Dizia algo mas acho que não dava para ouvir direito suas palavras e mensagem. Foi então que subitamente descobri que não era nada. Ou que era simplesmente o vazio das profundidades do ser e o nada das essências da realidade. Estava dentro do cotidiano, entretanto sua voz conseguia estar apagada, eram negros seus dizeres, ficavam mortas as suas palavras. Quem sabe um cemitério andante investido de velórios constantes e enterros permanentes. Mas não era nada. Sim, o nada existia. Seu manifesto se fez silêncio. No silêncio, acordei para aquela realidade. O Nada existe e é real.
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Hoje, esvaziei-me
Em casa, quando o silêncio tomou conta de mim, ignorei meus instantes na rua ou minha presença junto à família ou minha insistência no trabalho, e ausentei-me de mim mesmo, me esqueci do meu eu, e então ouvi lá fora o barulho dos carros gritando ruídos sem cessar, os passarinhos cantando uma linda melodia de entardecer, as pessoas e os vizinhos conversando como se estivessem em um botequim, as bombas de água do edifício onde moro soltando sons elevados como o rugir dos leões em plena floresta da África Setentrional. Eram 4 horas da tarde. Sentia-me oco por dentro e por fora. O Nada mergulhou em mim de um tal modo que minha consciência parecia não ter fenômenos mentais, meu pensamento estava sem idéias, meus conhecimentos desapareceram simplesmente, e olhei-me e me vi nu dentro do meu quarto de dormir. E olhava para as paredes tentando encontrar uma saída para aquele vazio profundo onde o silêncio vociferava alto e o nada insistia em se apossar de mim. Ali, encontrava-me dentro do oceano de uma existência carente, sem sentido algum, angustiada e triste, sem razões aparentes para se constituir em realidade cotidiana. Não havia significado para aquele momento. Via-me burro. Não entendia nada. As paredes talvez quisessem me falar alguma coisa. Então, pensei em Alguém Superior que pudesse me ajudar a sair daquela situação de crise espiritual, antes que o medo da vida se achegasse a mim, ou a aflição e o desespero se atirassem perante o meu corpo cansado, a minha alma fadigada e a minha mente esgotada de tanto tentar saber o que então estava acontecendo comigo. Estava nu espiritualmente. Surpreendentemente, uma luz interior sacudiu o meu espírito e acordei do meu sono metafísico. Novamente, brilhava a minha inteligência. E foi assim que fugi daquela prisão interna e deixei a escravidão da minha alma. Era Alguém que tocava o meu ser, movia o meu pensamento em lágrimas, e transformava para melhor aquelas circunstâncias indefinidas de realidades indeterminadas. Sai da confusão mental e emocional e outra vez voltei ao meu ego, agora controlador do meu íntimo e dominador das minhas experiências de dentro e de fora. E ao anoitecer lembrei-me de Deus, e em paz adormeceu a minha vida. No vazio, Alguém apareceu. Não sei o seu nome. Mas posso chamá-Lo de luz. Ele iluminou-me naqueles minutos e segundos de terror. O Terror da alma.
6
Precisamos da solidão
Estar sozinho ontem como hoje é uma necessidade humana primordial ainda que nossas atividades cotidianas se encontrem com muita gente ao nosso redor visto que nossa privacidade precisa ter voz e vez diante do barulho do mundo quando então ordenamos a nossa mente, podemos cuidar de nossas coisas pessoais, disciplinamos nosso dia a dia e organizamos tudo que faz parte de nossa realidade interna e externa. Faz-nos bem a solidão. É imprescindível de vez em quando estarmos a sós, fazermos silêncio e deixarmos o Espírito Superior nos falar da intimidade do ser, da essência do pensamento e da substância da existência, a fim de que levemos nossa vida com transparência de consciência e com a verdade de nossa interioridade. Deus gosta de conversar conosco, e nada melhor que o silêncio para que isso ocorra em nossa realidade de cada dia e de toda noite. É preciso nos calar, silenciar, e no vazio da realidade dialogar com Alguém maior e melhor que nós. Ao fazermos isso, cresceremos em autenticidade, teremos a tendência do equilíbrio nas ações e o bom-senso nas coisas, saberemos discernir o bem do mal, e livremente optarmos por aquilo que é bom para nós e nos faz bem cotidianamente. Assim deve ser a nossa vida diária. Feita igualmente de instantes solitários para que o nosso convívio humano e social tenha mais verdade, mais profundidade de relacionamento, mais raizes de conteúdos incentivadores de nosso comportamento de todos os dias. Saberemos pois desta maneira viver com essência a nossa existência, e fazer de nosso cotidiano uma passarela de bondade, equilíbrio e otimismo, virtudes essas adquiridas quando o vazio da solidão grita mais alto em nossa vida. É bom estar só.
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O Mergulho no Vácuo
Há situações na vida cotidiana em que nos encontramos incertos, duvidosos e indecisos nas nossas tarefas diárias, ou inquietos, instáveis e inseguros nas nossas atitudes e relacionamentos, ou então o medo se apossa de nós, a aflição invade a nossa alma e o nosso espírito fica confuso sem encontrar uma saida ou uma resposta para nossos problemas existenciais, nossas dificuldades na rua, na família e no trabalho, nossos conflitos de consciência e nossas contrariedades físicas e mentais, emocionais e psicológicas, até atingir o interior da realidade quando geramos violência e agressividade em torno de nós. Tais circunstâncias de dúvida e indefinição, incerteza e indeterminação podem configurar um estado de vácuo em nossa interioridade, porque nos percebemos esvaziados espiritualmente, sozinhos no mundo, cercados de inimigos por todos os lados, e então todos se fazem nossos adversários criticando nossas ações pessoais e coletivas, questionando as nossas maneiras de ser, pensar e agir, interrogando-nos constantemente sobre nossas relações amorosas, cordiais e sentimentais, ou ainda nos excluindo de seu convívio e nos expulsando de sua companhia. Nesses instantes confusos e complicados, nos vemos sozinhos, sem nada nem ninguém, todos fogem de nós, o universo conspira contra nosso jeito de viver e a natureza parece entrar em contradição conosco mesmo problematizando nosso dia a dia, criando crises psicossociais, isolamento e confusão de idéias, ausência de valores seguros e carência de princípios estáveis, necessários e absolutos. Esse estado de crise psicológica faz-nos mergulhar no vazio da existência e o vácuo passa a ser a nossa única alternativa de valor, a nossa atitude diante dos problemas, a nossa realidade interna e externa. Nesses momentos críticos e dialéticos, urge nos firmar em antigos princípios e abraçar valores tradicionais como garantia de boa orientação para o nosso cotidiano e fundamento para a nossa tranquilidade interior e estabilidade emocional. Perante essa realidade de metamorfoses permanentes, buscamos nos encontrar, achar respostas para tantas dúvidas e procurar soluções para muitas controvérsias da mente, que afetam o corpo, contagiam a alma e insatisfazem o espírito. Talvez a idéia de Deus nos traga segurança nessa hora. Ou a presença de amigos nos acalmem de uma vez por todas. Ou mesmo circundados por mulheres e pessoas de confiança conseguimos alterar esse quadro negro existencial, e enfim repousar na paz interior e no descanso do espírito. É preciso juizo então, ter equilíbrio na cabeça e bom-senso com as coisas e atividades que nos envolvem. Um pouco de otimismo também pode nos ajudar. Todavia, o mais importante é cultivarmos ora atitudes de bondade, de concórdia e convergência, praticando o bem e convivendo em paz uns com os outros. Que nessas condições a violência não tome conta nunca de nós. Urge paciência e equilíbrio, virtudes básicas para superar o vácuo em nossa vida de todos os dias e todas as noites. Tenhamos fé. Rezemos. E que Deus nos ajude nessa hora.
8
Sozinhos muitas vezes
O Vazio se torna uma realidade constante na nossa vida de cada dia e de toda noite quando raras vezes nos vemos sozinhos diante dos problemas, lidando com os conflitos na família, na rua e no trabalho, assumindo dificuldades em nossos relacionamentos e atitudes perante as pessoas do cotidiano. Então, mergulhamos no nada, o silêncio parece ser a nossa única realidade, tudo se confunde e todos passam a ser uma indefinição na nossa existência diária e noturna, o que faz a realidade indeterminar-se e nós assim perdidos em um universo agora complicado, talvez sem sentido algum, sem o significado de uma vida que deveria ser vivida com otimismo e equilíbrio, profundidade e entusiasmo, abundância e fecundidade. Todavia, eis que estamos sós em frente a um mundo violento, de gente agressiva que só quer o nosso prejuizo financeiro, o nosso mal-estar psicológico e social, a nossa queda dentro e fora da realidade de todos dias e todas as noites. Ora, então, urge acordar e fugir desses instantes de depressão e aflição, superar o desespero e o pânico que muitas vezes toma conta de nós, ultrapassar o medo e a ansiedade de uma vida conflitante e contraditória, ultrapassar os antagonismos, distúrbios e transtornos de uma mente e de uma experiência que não se entendem, se chocam permanentemente, exigindo de nós coragem para mudar, transformar para melhor essa situação diversa e adversa, diferente e contrária, e deste modo mergulharmos em uma outra e nova realidade de boa saúde na consciência, material e espiritual. Que Deus nos ajude nessa hora de contrários.
quinta-feira, 23 de agosto de 2012
No fundo do poço
No fundo do poço
Não são raras as vezes que por vários motivos nos encontramos no abismo da nossa alma, no buraco negro da existência, no mais profundo estado de desânimo, tristeza e depressão, no fundo do poço do cotidiano da nossa vida de cada dia e de toda noite.
Não é fácil viver esses momentos.
A Família te ignora, os amigos não aparecem, as garotas te esquecem, os colegas de trabalho não estão nem aí pra você, tudo foge de você, o mundo parece não te querer, todos têm medo de estar na sua presença, o ambiente parece hostil, o cotidiano antipático, como que desejando nós sumir da frente dos outros, desaparecer desta vida, evaporar de vez por todas desta realidade que te olha com desprezo, ruindade e violência.
Nossa vida está no chão.
O Mundo parece nojento, feio e mau.
Tudo é inútil.
Todos anseiam por fugir de nós, nos ignorar de vez, sumir da nossa frente.
Ficamos sozinhos.
Caimos na solidão.
Então, nos vemos em uma rua sem saida.
Em uma realidade sem teto nem chão, sem portas nem janelas.
Tudo é confusão, turbulência, negligência.
Até Deus foge de nós.
Na fossa, ninguém nos ajuda, não há quem colabore conosco, todos desapareceram.
O que fazer nessa hora de aperto, de momentos de risco e de instantes de perigo, quando tudo concorre para nos derrubar e destruir, quando quase todos aspiram por nos apagar de seu convívio, mutilar nossos relacionamentos, estragar nossos amores antigos e o desejo de viver inocente que existe cá dentro de nós ?
Nesse instante preto, respire bem fundo, passe uma água no rosto, refresque a sua mente, pense em Deus e silencie.
Reflita sobre a sua vida.
Tenha paciência.
É o momento de parar, se calar e recomeçar tudo de novo.
Levante-se.
Vá até a janela e observe o entorno.
Há gente falando, o ar parece gritar por você, alguém quer te escutar, alguma coisa conspira para te ajudar de qualquer maneira.
Você vê o movimento.
Há vida a sua volta.
Então você acorda desse sono metafísico, se anima de uma vez por todas, e reinicia a sua vida de cada hora, minuto e segundo.
E vai tomar um café e uma água na cozinha.
Refaz as suas forças.
Suas energias estão de volta.
Aí você se arruma todo, bota uma roupa e sapatos, pega o dinheiro e documentos, e vai ver a rua, e lá em cima o céu cheio de estrelas.
É noite.
Você faz uma oração interiormente.
Vê o ambiente e volta para casa.
Come alguma coisa.
E dorme tranquilamente.
Nesse dia, uma tempestade aconteceu.
Um furacão atravessou a sua vida.
Houve um temporal.
Mas a luz retornou.
A Vida voltou.
Noite de paz.
Todos se aproximam de você.
Deus te abençoou.
No dia seguinte, recomeçou a minha vida.
Sim, eu recomecei.
Graças a Deus.
terça-feira, 14 de agosto de 2012
Os Virgens
Os Virgens
1
Aconteceu em muitas regiões da Terra e em quase todo o processo de história da humanidade até nossos dias atuais, em religiões diversas ou quartéis das Forças Armadas ou Clubes de Futebol e esportes em geral.
Eram os Virgens...
Nesses ambientes de sexo somente masculino ou feminino ocorriam muitas brigas por vários motivos, discussões inflamadas por diversas causas, porrada pra valer, quebra-quebra geral e pancadaria tal para ninguém botar defeito.
Ora, os diretores, gerentes e responsáveis por essas localidades queriam saber a origem desses conflitos generalizados, a guerra que se travava ora entre homens somente ora somente entre mulheres, seus efeitos de braços e dentes quebrados, sangue para todos os lados, torção de joelhos e cotovelos, e a constante intriga entre seus parceiros e companheiros de caminhada.
Tentaram de todos os modos descobrir os motivos que determinavam esse combate ora de atletas, ora de soldados ora de religiosos machos e fêmeas.
Buscaram opções de relacionamento para ver se melhorava o clima reinante, e nada.
Procuraram alternativas psicológicas ou de comportamento, e nada.
Definiram estratégias de ações interativas ou de atividades compartilhadas entre si, e nada.
Então, alguém de uma determinava diretoria, questionou as escolhas feitas, as abordagens levantadas e o jeito que se estava dando para um problema que parecia simples de resolver.
Como eliminar a porrada e a violência entre esses grupos e indivíduos ?
Eis que Norma, gerente de voleibol de uma equipe certa, sugeriu: “Ora, minha gente, o problema é sexo.
Deixa o sexo rolar entre os machos e as fêmeas, entre os homens e as mulheres, que logo logo as agressões e a pancadarias vão acabar.
E foi o que fizeram.
Conclusão: o sexo “rolou”, muitos se casaram, outros se tornaram parceiros e parceiras de cama para sempre, mas o mais importante é que a violência acabou.
Eles e elas eram Virgens.
E finalmente o sexo resolveu o problema deles e delas.
E nunca mais a violência imperou nessas entidades religiosas, nas forças do Exército ou nos Times de Futebol.
Eles e elas precisavam de sexo.
O Sexo é a saúde das pessoas.
O Sexo é bom e faz bem à saúde.
Que Deus abençoe o sexo, e os homens e mulheres felizes sexualmente.
E veio a Paz.
2
A Importância da Sexualidade na vida de pessoas e grupos se reflete quando comunidades esportivas, religiosas, artísticas e militares conseguem se libertar de doenças contagiosas, distúrbios mentais e emocionais, transtornos físicos, biológicos e psicológicos, moléstias de toda sorte e enfermidades variadas, assumindo compromissos sexuais com suas parceiras de cama e companheiras de caminhada. O resultado é uma cabeça boa e positiva, auto-estima elevada, bom-senso nas coisas que faz, equilíbrio comportamental, otimismo no cotidiano, alegria com as pessoas e um sorriso de vez em quando para alegrar o ambiente. Então o trabalho vai bem e a família melhor ainda. As suas relações são interativas e compartilhadas com conteúdo. Como conseqüência da boa sexualidade, uma experiência de estabilidade, segurança e tranqüilidade. Sim, o sexo nos faz bem. Torna-nos pessoas melhores. A Saúde aumenta de qualidade, temos mais dignidade humana e bem-estar social e familiar. Espiritualmente ficamos mais firmes e mais fortes. Sexo é Saúde.
3
A Questão Sexual tem sido nas sociedades modernas e de todos os tempos a interrogação constante que leva a respostas variadas por parte da diversidade de opções que homens e mulheres vêm fazendo em seus ambientes de trabalho e de casa, a partir da tentativa de resolução de seus males sociais, psicológicos e espirituais que atingem multidões buscando resolver por conseguinte seus problemas sentimentais, suas dificuldades de relacionamento e comportamento, seus conflitos internos e externos, e suas contradições na rua ou em contato com parentes, amigos e familiares. Então surge a sexualidade como alternativa de saúde biológica e bem-estar para o corpo e a alma, solucionando contrariedades existenciais, vazios do espírito e adversidades de ordem mental, física e emocional. Assim homens e mulheres se encontram para resolver seus malefícios que só a ordem sexual bem resolvida pode remediar e ajudar a ter uma vida de equilíbrio na cabeça onde os valores da consciência e os princípios morais fundamentam a boa espiritualidade, consequência de uma experiência sexual saudável e agradável. Temos pois que o pau no canal, o ferro no buraco e a bengala na caverna são momentos e situações causadores de créditos sem fim, favores de toda ordem e benefícios cuja bênção e ajuda é oferecida por Deus a todos aqueles e aquelas que se amam, se respeitam e se valorizam mutuamente.
Sexo portanto é sinal de saúde.
Condição de ordem na sociedade.
Fundamento da paz interior.
Base da tranqüilidade do espírito e da calma da alma.
Fonte de equilíbrio interno.
Razão do otimismo de pessoas felizes com sua própria sexualidade.
Princípio do bem e da bondade.
E ora o sexo efeito positivo do amor se faz a origem do sucesso de populações e prosperidade de comunidades de bem com a vida e em paz com sua consciência.
Primeiro, o amor. Depois, o sexo.
Isso é humano e divino.
Sinônimo de progresso em todos os sentidos.
4
Créditos e débitos encontramos no binômio Virgindade-Sexualidade, refletindo o que de positivo e negativo podemos achar nessa relação aparentemente divergente e discordante.
Na Virgindade, uma vida de pureza e sem compromisso pode ser a chave para uma grande expressão de liberdade e saúde individual, de produção de virtudes e afastamento de moléstias.
Na boa sexualidade, uma vida de felicidade junto à parceira de cama e companheira de caminhada traduzida em gestos de ótima interatividade e compartilhamento de bons desejos e sentimentos, cooperação mútua nas atividades do dia a dia e colaboração recíproca nas atitudes em casa e no trabalho, em casos de emergência ou necessidade.
Nesse relacionamento de princípios diversos e valores variados, algo de bom encontramos em ambos e alguma coisa de ruim também é possível achar.
No entanto, devemos respeitar as diferenças e tolerar a diversidade, optando por um caminho de paz e convívio tranqüilo em que preferimos o que de bom e de melhor existe entre si, ignorando distúrbios e transtornos que talvez possam ocorrer nessa aproximação.
Vale ressaltar que o caminho da Virgindade pode ser uma alternativa de liberdade individual enquanto que a estrada da Sexualidade indica uma busca por saúde social e bem-estar coletivo.
Ambos têm suas qualidades.
5
O Histórico da convergência ou discordância entre a boa sexualidade e a virgindade indica que o amor e seus efeitos sexuais são condição de ordem familiar e social, princípio de equilíbrio mental e emocional, origem de tranqüilidade psicológica e espiritual, base de segurança física e material e fonte de estabilidade financeira e comportamental. Por outro lado, a opção pela virgindade cujos simpatizantes, adeptos e seguidores se encontram nas alternativas religiosas, nas preferências militares, nas definições esportivas e nos determinismos artísticos e musicais, igualmente possui seus créditos humanos e naturais, seus favores políticos e culturais, seus benefícios profissionais e vocacionais, fatores de boa saúde e bem-estar cotidiano, quando a aposta na liberdade provoca uma vida aparentemente de bem com a realidade cotidiana e em paz com sua consciência transcendental. Todavia, creio eu pessoalmente que quando um homem ama, respeita e valoriza uma mulher, e vice-versa, as boas experiências são maiores e melhores do que a alternativa pela virgindade. Sexualmente felizes, satisfeitos e realizados, temos uma vida de paz onde a bondade das atitudes converge com o bem da alma, e o espírito se torna mais bem engrandecido, respeitado e responsabilizado, ordenado e disciplinado, e organizado. A Tendência é de que a boa atividade sexual fundamente uma boa vida de convivência na rua, na família e no trabalho. E Deus é glorificado.
quarta-feira, 8 de agosto de 2012
A Mulher-Chocolate
A Mulher-Chocolate
Hoje, na Tijuca, eu conheci a Mulher-Chocolate.
Ela é carioca.
Trabalha no Restaurante Ravelle, bem no Largo da Segunda-feira.
É alta, mais mulata do que morena, de cabelos pretos, bem queimadinha de sol, como chocolate...
Seu rosto é sereno, seus cabelos negros-dourados, seu pescoço é macio, seu corpo é quente como a brasa de fogo em dia de calor, seus pés são doces, leves e suaves como os de toda mulher bonita, perfumada e carinhosa, educada e inteligente, brincalhona e trabalhadora, respeitosa e responsável, amiga e generosa, fraterna e solidária, ordeira e pacífica, saudável e otimista em relação ao cotidiano, alegre no seu dia a dia, feliz por saber que os homens a atraem, a observam com atenção e a paqueram com quase perfeição.
É a Mulher-Chocolate.
Ela usa brincos azuis de ouro, colares brancos como a neve, sobrancelhas escuras pelo lápis feminista, olhos verdes e fundos como o oceano das águas, nariz arredondado pedindo carinho, boca com batom vermelho forte a chamar seus parceiros para a cama, desodorante cheiroso que nos torna atraídos por ela, perfume alemão que a deixa bela como as pérolas preciosas, linda como o rubi e bonita como as areias claras das praias do Rio.
Ela tem um jeito tranqüilo de ser combinando com seu casaco de pele marron que utiliza comumente para as noites de frio.
Ela utiliza calças compridas pretas quase sempre, que se aliam às suas blusas azuis e vermelhas que ela normalmente veste a fim de sobressair nas ruas e avenidas do bairro como se fossem as passarelas de moda dos dias de sol cariocas.
Com seus óculos escuros pode enxergar os seus amados sem que eles a vejam.
Na sua bolsa de couro vermelho esconde os seus objetos de prazer, as suas coisas íntimas e os seus documentos exóticos, que encantam os seus namorados - que são muitos –
e fascinam os garotos que se apaixonam por ela.
Tem 37 anos.
Nos seus sapatos de salto alto vermelhos, o segredo de sua elegância, o encanto de sua beleza e o fascínio de seu modo educado de caminhar, calma como o equilíbrio da alma, racional como o bom-senso do espírito, cordial como as suas mãos cheias de carinho para dar, e espiritual capaz de controlar bem a sua mente e as suas emoções e dominar-se a si mesma.
Como garçonete da Ravelle, onde trabalha, Jaqueline – eis o nome dela – serve bem os fregueses com o devido respeito de uma profissional bem vivida e bem sucedida.
Então, ao tomar uma água e um cafezinho na mesa do restaurante convidei-a para sair comigo à noite.
E ela respondeu-me que “sim” dando-me o seu telefone de casa para marcar a hora que ela chegaria para receber-me em seu apartamento na Praça Saens Pena.
E foi a noite mais linda da minha vida.
Porque não só nos amamos como também atravessamos a madrugada fazendo sexo um com o outro.
Ao amanhecer, cada qual voltou ao seu dia normal.
E nos apaixonamos como ninguém.
E assim o somos até esse momento de aqui e agora.
Eis a Mulher-Chocolate.
Razão da minha vida e sentido do meu ser.
A Glória de Deus no meio de nós.
quarta-feira, 1 de agosto de 2012
A Bagunceira
A Bagunceira
A Vida é uma Criança
Criança gosta de brincar
Da brincadeira surge a bagunça
Com a bagunça, a casa fica desarrumada
Nasce o desejo da ordem
Com a ordem, se disciplinam as coisas
Através da disciplina, se organiza tudo e todos
A Dança da esperança é a bonança da criança
Vivemos de sonhos
Sonhos que devem se realizar
O Ciclo natural da história:
Bagunça e ordem
Trabalho e descanso
Movimento e repouso
Mobilidade e constância
Dinâmica e permanência
Operação e estabilidade
O Mundo é lógica e dialética
Ordem e caos
Regra e confusão
Norma e complicação
Direito e falsidade
Verdade e mentira
Justiça e injustiça
A Natureza possui as suas leis
As suas leis são os seus limites
Seus limites são o equilíbrio
O Equilíbrio é o bom-senso
Bom-senso é autocontrole
Autocontrole é autodomínio
O Bom juízo é algo natural
O Universo é infinito
Seu princípio é eterno
Eterno é o seu Organizador
A Vida,
uma Eterna Bagunceira,
que bagunça tudo para depois ordenar.
Assim são os fatos históricos,
acontecimentos desordenados em sua origem
para depois serem disciplinados pela racionalidade humana e organizados pela consciência inteligente do ser vivo criado por Deus.
Vivemos de possibilidades,
que interferem na realidade cotidiana e intervêm no destino dos povos.
Nossa existência humana,
natural e cultural,
social e política,
econômica e financeira,
é definida pelo bem ou pelo mal,
opções que devem ser feitas por nós.
No equilíbrio da natureza e no bom-senso da mente humana
se encontram o segredo do sucesso e a chave da felicidade.
O Bom caminho da vida
nos indica o sorriso como cura de nossos males,
a alegria como remédio de nosso mal-estar
e o otimismo como o melhor médico para a nossa saúde física, mental e espiritual.
Quando somos amigos das pessoas,
fraternos com os necessitados,
solidários com quem precisa de nós
e generosos com os fracos e pobres,
a vida então se coloca ao nosso lado
e Deus nos abençoa com inúmeros favores e benefícios sem fim.
No silêncio,
a bagunça se transforma em ordem.
Com a paciência,
dominamos nossas adversidades.
Se os contrários nos afligem,
ou se as contradições nos amedrontam,
ou se os antagonismos nos causam pânico,
ou se a violência e a morte se apresentam à nossa porta,
então tenhamos fé,
rezemos,
e confiemos em Deus,
e acreditemos no Senhor.
A Vida é assim:
o bem ou o mal que devemos escolher.
A Paz ou a guerra
que devemos optar.
O Amor ou o ódio
que devemos preferenciar.
Como meninos que brincam
ou garotos que bagunçam,
vivemos de sonhos e esperanças,
dançamos a música da felicidade e da bonança
ou nos entregamos à cultura da morte ou à mentalidade da violência.
A Vida é feita de escolhas
porque nosso desejo é a nossa liberdade,
e somos livres optando pelo bem ou pelo mal.
Sabemos o bom caminho
mas somos nós que devemos fazer a boa caminhada.
Deus nos dá as condições,
todavia a liberdade é nossa.
Não basta caminhar,
é preciso ter as condições de caminhar.
Sim, necessitamos de Alguém que nos faça caminhar.
Precisamos de um Primeiro Motor.
Somos movimento,
a natureza nos direciona
e a razão faz o discernimento
nos colocando no caminho certo.
Precisamos de regras,
porém necessitamos igualmente de bagunça
para fazer as regras.
Tal a sabedoria da vida:
entre ordens e bagunças
construímos a existência,
fazemos a história
e criamos a boa eternidade.
Esse foi o jeito que Deus encontrou para nos trazer felicidade.
Felicidade, que é fruto da liberdade.
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